O SANGUE DAS NOSSAS MÁRTIRES CONTINUA VIVO

Passado 57 anos da morte das nossas irmãs Mª do Bom Conselho, Mª Cândida, Mª Justa e Mª Olímpia, o sangue dessas nossas irmãs mártires regadas em terras de Africa continua bem vivo entre nós. O espírito delas está bem presente no nosso meio. Como se diz “sangue de mártires semente de cristão” foi isso mesmo que contemplamos no dia 28 de novembro, as maravilhas do Senhor,  aqui em Luanda, numa das paróquias desta capital que é a paroquia de S. José localizado no Cazenga, um bairro de periferia onde há carência quase de tudo e o nível de criminalidade é alto.

 

Gostaria neste momento de partilhar convosco, minhas irmãs, a alegria que vivemos como comunidade, província e pessoalmente no 1º domingo do advento.  Deus que vem visitar-nos e fazer sua morada entre nós, alimentou os nossos corações, a nossa alma e no nosso sentido congregacional de muita Esperança. E é mesmo esta Esperança de que nos enchemos e nos alimentamos ao ver 30 crianças entre eles adolescente e jovens a fazerem o seu compromisso na nossa congregação como Leigos Mártires das Missionarias Dominicanas do Rosário. Apostados a todo risco viverem a nossa espiritualidade de martírio que é a vida de entrega na missão como cristãs e cristãos comprometidos na igreja e a testemunharem Jesus Cristo no meio em que vivem. Trata-se de um grupo de leigos que nasceu em 2014 na missão de Kalandula, por ocasião da celebração dos 50 anos da morte das nossas irmãs Mártires do Congo. O referido grupo foi fundado pela nossa mana Micheline Moungue de nacionalidade congolesa, ex. juniora que fez o estágio do noviciado na comunidade de Kalandula neste mesmo ano. Inspirada e tocada pelo testemunho de vida das irmãs Mártires, que é a vida de entrega na Missão a ponto de dar a vida, formou o pequeno grupo de adolescente com esta mesma espiritualidade; o que antes parecia ser um simples sonho hoje tornou-se uma grande realidade. Atualmente o grupo está a crescer e a espalhar-se pelas outras e localidades paroquias.  A expansão do grupo chegou também a capital – Luanda, por meio de um jovem estudante universitário, este teve a iniciativa de formar o mesmo grupo na sua paróquia no bairro do Cazenga. Trata-se de um bairro com nível alto de delinquência e Deus permitiu que la também chegasse a nossa espiritualidade e que o nosso nome fosse conhecido e enaltecido nesse lugar na pessoa dos nossos Leigos Mártires. Assim sendo, passado 2 anos de caminhada com o grupo, formação e acompanhamento apoiados pelo o noviciado, eles decidiram fazer o compromisso público no dia 28 de novembro por ser a data mais próxima ao dia 25 que marca 57º aniversário da morte das nossas irmãs Mártires. Foi uma celebração eucarística única e marcada por todas nós.  No rosto dos meninos radiava a alegria e o fervor de ser uma “MARTIR” de hoje, no seu bairro, na sua paróquia, no seio da família ser exemplar e na sua realidade. Tivemos presente neste acontecimento importante, 3 irmãs, 3 noviças, 3 aspirantes, 2 leigos adultos casados MDR e 1 ex. interna adulta no internato de Kalandula dos anos 60. Foi um dia vivido com muita emoção e muita satisfação.  Os nossos rostos luziam de gozo e de luz por tantas maravilhas que Deus tem operando em nós de modo especial neste mês de novembro marcado por muitos acontecimentos congregacional e por saber que o nosso nome como congregação vai chegado mais longe ate mesmo naqueles lugares onde não estamos presentes, mas por meio dos nossos leigos o nosso carisma vai se expandido cada vez mais, tudo graças as pessoas ligadas a nós por um único espirito.

 

A celebração eucarística teve quatro momentos importantes: chamamento, promessa, entrega dos símbolos e acção de graças.  Depois da homilia do padre chegou o momento mais esperado, do compromisso que se refletiu nestas palavras:

 

“Deus Pai todo Poderoso, vós que enviaste ao mundo vosso Filho Jesus Cristo nosso Salvador que pela ação do Espírito Santo, chamou as vossas servas, MARIA DO BOM CONSELHO, MARIA CÃNDIDA, MARIA JUSTA E MARIA OLIMPIA à vocação de Mártires derramando o seu sangue em terras de África e testemunharam a sua fé até morte, com valentia e sem medo de perder a vida.

 Eu (nome completo), Comprometo-me, seguir os passos dessas mulheres valentes, anunciar sem medo o nome de Jesus a toda gente, sobretudo á aquelas pessoas que ainda não conhecem a Cristo e naqueles lugares que a igreja mais me necessita, segundo o carisma das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário. Peço com ajuda de Deus e de Maria nossa mãe ser fiel todos os dias da minha vida. AMÉM “ 

Missão assumida:

  • Transmitir a palavra de Deus a todas as pessoas e ir ao encontro daqueles que mais necessitam de conversão.
  • Dar a conhecer a Maria mãe de Jesus por meio da oração do terço
  • Assumir o sacrifício e a entrega a todo custo como parte nossa espiritualidade
  • Ser cristão exemplar no meu meio

A seguir foi a bênção e entrega dos símbolos que são: a t-shirt branca, o lenço vermelho e um terço. Sentido dos símbolos recebidos,

 

  • LENÇO VERMELHO, simboliza o sague derramado pelas nossas irmãs mártires: MARIA DO BOM CONSELHO, MARIA CÃNDIDA, MARIA JUSTA E MARIA OLIMPIA, em terras de África – Congo Democrático.
  • A CAMISOLA BRANCA, compromisso de conversão. A cor branca é a cor da pureza, o esforço de fazer sempre boas obras que dignifiquem o grupo.
  • O TERÇO, simboliza a presença de Maria nossa mãe na nossa vida e no trabalho missionário que vão realizar.

Lema do grupo: Uma entrega a todo risco e abertas ao mundo.

Finalmente entoou-se o canto das Mártires, uma composição da nossa irmã Maria Njamba

  • O exemplo das nossas Mártires é o estímulo para todas as gerações, ontem, hoje e para sempre. Missionarias levantemos as nossas vozes a favor da vida, levemos o evangelho a todo mundo como Cândida, Justa, Olímpia e Bom Conselho. Vós estareis sempre em nossos corações, jamais vos esqueceremos, porque sois o exemplo do amor, do amor pelo evangelho,
  • O sangue das nossas Mártires em missão e em Africa tornou-se mais forte e é a nossa opção pelos pobres.” 

Terminada a missa, o celebrante encorajou o grupo continuar com a sua missão e enalteceu a sua presença e exemplo naquela comunidade cristã.  Convidou-nos também a marcarmos a nossa presença como congregação com mais frequência naquela paroquia.

A segunda parte da festa foi uma pequena refeição organizada por eles próprios. Chamou-nos atenção o nível de organização, foi pouca coisa que fizeram, mas com um significado de partilha e unidade muito grande.  Fez-me lembrar a parábola da multiplicação dos pães e a história da pobre viúva que deu tudo o que possuía. Ficamos sem palavras! Todos comeram e ficaram saciados fruto da sua partilha.  A seguir deu-se a parte da recreação muita alegria, dança e corte de bolo. Terminamos o dia todos felizes e com o dever cumprido. Um dia vivido com muita intensidade e carregado de muitas emoções, onde experimentei tudo, sobretudo o saber alegrar-se com o pouco que se tem.

Concluímos o dia com um sentido de família e de responsabilidade muita grande. Apesar da distância, prometemos marcar mais a nossa presença, continuar a expandir o nosso espírito missionário em outros lugares, ali onde a igreja mais nos necessita e la onde ainda não nos conhecem, e assim difundir a nossa missão, carisma na igreja e no mundo.

Sentimos- nos agraciamos por esta presença de Deus que veio nos visitar desta forma. Hoje, a missão de espalhar a palavra de Deus é de todos e todas. Para ser missionário não importa a idade e a condição social. Uma criança com uma orientação crista será mais fácil influenciar positivamente as outras crianças, de igual modo o adolescente e o jovem e foi esta mensagem que deixamos para eles que sejam o fermento na massa, que presença deles naquele bairro conhecido como o lugar de muita criminalidade seja uma presença diferente que transmita o amor de Deus como o fizeram as nossas irmãs Mártires.

Todos estes acontecimentos nos revelam a presença de Deus que caminha connosco, numa altura em que a nível da congregação estamos a celebrar os 100 anos da morte do Nosso Padre Fundador e  a nível da província estávamos a celebrar a pascoa da nossa irmã Inocência grande mulher e exemplo de entrega na missão justamente a completar os 57 anos da sua  presença Angola como grande missionária de primeira linha, nos momentos bons e difíceis da missão de Kalandula esteve sempre ao lado do povo sem temer a morte quanto foi da guerra. Que sua presença e exemplo de missão continue viva em nós!

Tudo é graça e tudo é vida!

 

VIVA AS NOSSAS MARTIRES!

VIVA AS MISSIONARIAS DOMINICASNAS DO ROSARIO!

Abraço forte

Hna. Rita

Angola

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