FÉRIAS EM PERÍODO DE QUARENTENA

Estou de férias no meu imenso Congo (RDC), onde, como em todos os países, no dia 10 de março de 2020, foi decretado o estado de emergência nacional, a imobilidade e o encerramento de fronteiras.

Todas as atividades continuam suspensas e a população permanece em isolamento social.  Penso que, por alguma razão, que só Deus sabe, alguns dias depois de ter viajado, foi comunicado o primeiro caso de COVID-19 no Equador, o que teria significado não poder sair do país. Há muito que esperava por esta viagem para desfrutar das minhas férias, no entanto, surgiram imprevistos que, em várias ocasiões, me obrigaram adiá-la e eu queria muito visitar a minha família.

Estou a ter umas férias verdadeiramente especiais, porém, felizes. Os dias são agradáveis, mas difíceis. Levantamo-nos todas as manhãs e tentamos mantermo-nos ocupados, mas já não há atividades de rotina. É preciso ser muito criativo para combater o aborrecimento na própria casa. Ser criativo significa continuar a lutar contra a pandemia, e o que era considerado incómodo tornou-se normal como, por exemplo: ficar em casa e sair apenas para o que é necessário ou lavar as mãos a tempo. 

Continuamos a fazer o possível (com os meus irmãos) para ficar em casa partilhando o que temos e apoiando-nos mutuamente. São realmente umas belas férias para mim, apesar de todas as dificuldades que a pandemia nos trouxe. Posso afirmar que conheço um pouco melhor os meus irmãos e irmãs, os meus sobrinhos e sobrinhas…porque esta nova realidade obriga-nos a ficar em casa, e penso que lhes aconteceu o mesmo.

Vivemos diariamente na esperança de que cada um de nós seja capaz de ultrapassar a pandemia e que um dia possamos regressar à “normalidade”. Juntos, rezamos à Virgem Maria neste mês de maio para que ela nos acompanhe sempre e nos ajude a resistir e a respeitar as medidas de restrição. 

Neste tempo, devemos fazer BOA CARA, porque parece mau, mas devemos retirar os pequenos detalhes positivos que a vida tem para esta realidade que, como humanidade, estamos a viver. 

LILIANE NTUMBA TSHIKA

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