AMIZADE NA VIDA

Nos dias 1 e 2 de dezembro, juntei-me ao estudo comum de noviça, onde conheci muitos principiantes de diferentes congregações dominicanas. Somos de diferentes partes da Ásia -Timor-Leste, Indonésia, Filipinas, Vietname e Myanmar. De lado as diversidades, reunimo-nos debaixo do teto chamado “Família Dominicana”. Esta grande família convida-nos a continuar a viver na fraternidade e a construir amizade entre os seus membros. Assim, para entender melhor a verdadeira amizade para os jovens candidatos, os formadores decidiram dar aos novatos a partilha da “Amizade dos Santos Dominicanos”.

A oradora destes dias foi a irmã Amelyn Intia (OP DDIM), conseguiu tomar o tema e discutir sobre amizade. “Ter um amigo de verdade é mais do que ter um tesouro, pois ninguém pode viver como uma ilha.” Somos capazes de viver juntos para viajar pela vida lado a lado. Então, quais são as qualidades ou traços de um melhor amigo? Essa pessoa é aquela que vai passar por momentos bons e maus na vida connosco, que partilhará connosco as coisas e objetivos íntimos, com quem podemos contar, e que nunca nos abandonará no meio dos nossos julgamentos.

A confiança é a chave para abrir a uma verdadeira amizade, fazê-la crescer é amamentá-la com autossacrifício, compreensão, diálogo, tempo, resistência, partilha, cuidado, compaixão, amor, e até mesmo desistir da vida como Jesus disse: “Ninguém tem amor maior do que este, para dar a vida aos amigos” (Jn 15:14). Jesus morreu para provar a sua sincera e verdadeira amizade connosco. Morreu para mostrar que “Deus é amor”, que nos deu o Seu Único Filho que viveu entre o povo, partilhou as culturas, as línguas e todas as fraquezas humanas, exceto o pecado.

Das experiências vivas da amizade do orador (mãe e filhos), ela retratou as belas amizades na Bíblia. Que bela amizade entre David e Jonathan que protegeu a vida de David da mão do seu pai- O Rei Saul. Precisamos de um amigo que viaje connosco, partilhe a mesma visão e objetivo na vida, e que nunca nos deixe sozinhos como Ruth e Naomi “Não me exorte a deixar-te ou a voltar para trás de ti. Para onde vais, eu vou, e onde ficas, eu fico. O teu povo será o meu povo e o teu Deus meu Deus” (Ruth 1:16). E, por vezes, precisamos de um amigo que se sente silenciosamente ao nosso lado quando estamos em adversários e partilha connosco o sentimento de sofrimento; é a amizade entre Jó e os seus amigos, foram aqueles que vieram para Jó, sentaram-se com ele e jejuaram durante dias e noites com ele.

E a amizade na Família Dominicana? Tanta admiração em aprender com as amizades entre os nossos santos dominicanos, os seus laços espirituais como o de Beata Diana e Jordan Saxônia, São Tomás de Aquino e Santo Alberto Magno, Santa Rosa de Lima e São Martinho João, Santa Catarina e Raimundo, e pe. Angelico e Antonius… Partilhavam intimidade sobre os assuntos da alma, davam conselhos espirituais e partilhavam amizade em Cristo. Muitas outras amizades na Ordem Dominicana não puderam apresentar- se. De facto, a amizade entre o nosso fundador e a nossa fundadora foi uma delas. Sendo novato na família MDR, a história dos nossos fundadores inspira-me sobre tal amizade. Eram companheiros fiéis uns aos outros, partilhando sonhos e missão para o reino de Deus, de modo a apresentá-los a pessoas marginalizadas.

A jornada para ser missionário ainda é muito longa, para a qual preciso de viver o que está por vir como principiante como eu. Estou aqui para aprender, para construir e manter verdadeiras amizades com as outras. A amizade não estabelece limites ao género, à idade ou à nacionalidade. Encontrar força no Senhor para tempos de fraqueza. As tentações podem ocorrer e levar-nos à procura do prazer da acumulação material, das obsessões e das inclinações do prazer da carne. A questão de como ter um companheirismo íntimo, fé e crescer juntos em Cristo? Isso é ter Cristo como centro e lutar para viver de acordo com Cristo, amar sinceramente, e confiar nele acima daqueles a quem chamo amigos.

Ann Cecilia  (Noviciado Continental Asiático, Manila Filipinas)

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